quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

DEJÀ VU

Estive pensando sobre muita coisa ultimamente, impressionante como problemas são uma bela dose de motivação para escrever. Esse texto não está nem perto de se tornar uma prosa poética ou algo pra tocar o coração de alguém. Esse texto tem a única função de libertar um coração sufocado, ou talvez desacostumado. Faz tempo que não me vejo com tantas idéias borbulhando na mente, acho que faltava uma dose de aventura para que as palavras pedissem para dançar, flutuar no papel.

Minha vida andava tão morna, e de onde eu menos esperava vinha o calor. Parece que estou num dejà vu eterno, onde aquela sensação de lembrança me persegue. Será que dois raios podem mesmo cair no mesmo lugar? Raios diferentes entre si, porém são raios, e isso basta.

Não sei se me encontro em uma tempestade, só sei que meus sentimentos combinam perfeitamente com qualquer analogia com a água. Sim, a água, que mesmo quando parece calma está em constante movimento. Será que só eu enxergo isso? A água, sem cor alguma, mas que qualquer gota de tinta colore tudo de uma vez só.

Eu estou cansada de tantas cores, mais de uma cor borra na água, e ao invés de um belo arco-íris se transforma em uma mistura sem graça. Dizem por aí que eu sou como uma borboleta, mas acredito que a metáfora não esteja bem empregada. Borboletas são livres, voam no céu azul e se escondem na chuva. Eu gosto de chuva, gosto de água, gosto do poder que ela tem, as borboletas com certeza não são como eu e vice-versa.

Torço para que não percebam que de borboleta eu não tenho nada, que não sou colorida, e sim sou uma cor de cada vez. Enquanto isso eu vou fingindo saber voar, até que me peguem atuando e o encanto se quebre. Desse dejà vu eu já sei o fim, só restará água em forma de lágrimas desbotando uma única cor.

Um comentário:

Nefasto Curvatório disse...

Fingir que sabemos voar, gostei disso, e quando nos pegarem heim? Pois é... Realmente atribulações são os que fazem nossas palavras jorrar, não lembro de um momento sem atribulações que tenho conseguido criar. Sobre as cores, a água, belo comentário, realmente uma simples cor pode tingir brilhantemente a água, sem aquela poluição visual. Escreva mais guria.